10 de nov. de 2012

EFÊMERO SUOR

 Leve sopro  ...                                                                                                                     
A bolinha de sabão entra em volteios pelo espaço,
Brilhante, translúcida, rendilhada.
 Acima e Abaixo,                                                                                         
Verso e Reverso,
Balé mágico de irrefutável destino:
Dedo em riste, da gorducha criança perdida entre risos de cristal. 
Breve fricção...
A chama do fósforo se expande aos ventos,
Trêmula, arisca, colorida.
Acima e Abaixo,       
Verso e Reverso,
Balé mágico de indiscutível destino:
Dedos, em enérgico agitar, da cozinheira atribulada. 
Sôfrego inspirar...
A vida se instala na habilidosa engrenagem sincronizada,
Frágil, complexa, misteriosa.
Acima e Abaixo,  
Verso e Reverso,
Balé mágico de irrecusável destino:
Dedos curvos, em elegante convite, do anjo da morte. 
Vistos de perto ou de longe,
Tudo são efêmeros respingos de suor de ninguém.

Perdidos em universos paralelos por séculos de durações infinitas...
Deus e o Diabo,
Criador e Criatura.
Sonia Soares

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