Faltava pouco tempo para o carnaval. Naquele ano resolvi trocar meus dias de folia, sempre passados em Salvador, minha cidade natal, pelo Rio de Janeiro, disposta a assistir de perto o desfile das Escolas de Samba.
Meu objetivo em vir para o Rio não se limitava a admirar a beleza da festa, mas também, como estudiosa da alma humana, o de observar e analisar o comportamento das pessoas, disfarçado, muitas vezes, em suas espetaculares fantasias. Esperava, assim, obter subsídios para a conclusão de meu novo livro, intitulado “Máscaras”.
Confesso que cheguei ao local do desfile, sentindo-me um tanto deslocada, talvez por estar sozinha; porém, assim que o espetáculo começou, mergulhei em minha meta: estar atenta a todos os detalhes.
Logo percebi a infelicidade que as pessoas tentavam esconder fingindo naturalidade; insinuavam através de seus corpos, movimentos de apelo sexual, iludidos de que seus trajes, bem imaginados, impossibilitariam que suas verdadeiras peles fossem tocadas e desmascaradas.
De repente, com pavor, presenciei uma cena inesquecível: aquelas pessoas, tomadas por atitudes compulsivas despiam suas fantasias, sem nenhum pudor, em um verdadeiro show de exibicionismo e sexo explícito.
Todos vivenciavam uma loucura coletiva e contagiante, empunhando cartazes coloridos em apologia ao Amor-Livre.
Somente seus rostos não eram mostrados: as máscaras sustentavam o precário equilíbrio desejado.
Eu, em meio a tantos desencontros, refleti sobre o mundo, cheio de homens e mulheres que, desconhecendo seus destinos e desassistidos por qualquer tipo de espiritualidade, deixavam nascer o gosto pelo prazer grotesco.
Não consegui culpá-los, afinal vivemos em um mundo ávido de emoções; só me perguntei se não haveria algum outro meio, alguma outra saída, que impedisse o ser humano de se deixar levar pelo seu mais alto grau de degradação.
Preparei-me para fugir daquele lugar mas, chocada com tudo que presenciara não conseguia escapar. Por quê? Concluí, confusamente, que o amor livre é uma das formas de amor que fere a dignidade humana e contribui para sua destruição.
A festa acabou, o dia clareou e eu, conturbada em meus conceitos voltei ao hotel. Levava comigo a certeza de que aquela experiência me propiciaria um vasto e polêmico material para conclusão de meu livro. Mas ao mesmo tempo me indagava: Quem era eu, afinal? Como reconhecer a ficção que sou?
Meu objetivo em vir para o Rio não se limitava a admirar a beleza da festa, mas também, como estudiosa da alma humana, o de observar e analisar o comportamento das pessoas, disfarçado, muitas vezes, em suas espetaculares fantasias. Esperava, assim, obter subsídios para a conclusão de meu novo livro, intitulado “Máscaras”.
Confesso que cheguei ao local do desfile, sentindo-me um tanto deslocada, talvez por estar sozinha; porém, assim que o espetáculo começou, mergulhei em minha meta: estar atenta a todos os detalhes.
Logo percebi a infelicidade que as pessoas tentavam esconder fingindo naturalidade; insinuavam através de seus corpos, movimentos de apelo sexual, iludidos de que seus trajes, bem imaginados, impossibilitariam que suas verdadeiras peles fossem tocadas e desmascaradas.
De repente, com pavor, presenciei uma cena inesquecível: aquelas pessoas, tomadas por atitudes compulsivas despiam suas fantasias, sem nenhum pudor, em um verdadeiro show de exibicionismo e sexo explícito.
Todos vivenciavam uma loucura coletiva e contagiante, empunhando cartazes coloridos em apologia ao Amor-Livre.
Somente seus rostos não eram mostrados: as máscaras sustentavam o precário equilíbrio desejado.
Eu, em meio a tantos desencontros, refleti sobre o mundo, cheio de homens e mulheres que, desconhecendo seus destinos e desassistidos por qualquer tipo de espiritualidade, deixavam nascer o gosto pelo prazer grotesco.
Não consegui culpá-los, afinal vivemos em um mundo ávido de emoções; só me perguntei se não haveria algum outro meio, alguma outra saída, que impedisse o ser humano de se deixar levar pelo seu mais alto grau de degradação.
Preparei-me para fugir daquele lugar mas, chocada com tudo que presenciara não conseguia escapar. Por quê? Concluí, confusamente, que o amor livre é uma das formas de amor que fere a dignidade humana e contribui para sua destruição.
A festa acabou, o dia clareou e eu, conturbada em meus conceitos voltei ao hotel. Levava comigo a certeza de que aquela experiência me propiciaria um vasto e polêmico material para conclusão de meu livro. Mas ao mesmo tempo me indagava: Quem era eu, afinal? Como reconhecer a ficção que sou?
Lucia Sad
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