22 de out. de 2009

ANÚNCIO DE JORNAL


PRECISA-SE:


DE SONHOS E DE ESTRELAS CADENTES..

DE MENINOS QUE AINDA SONHEM COM ESTRELAS CADENTES.

DE ESTRELAS CADENTES QUE ENTENDAM DE SONHOS DE MENINOS CARENTES.


Ela era uma mulher comum, de uma família comum. Tinha um irmão preferido e, desde criança, compartilhavam suas brincadeiras infantis. Eram cúmplices e um fio brilhante de amizade os unia.

Ela era também artista e deixou que transparecesse em seus trabalhos sua alma ferida quando seu irmão deixou este mundo, vítima da violência das ruas. Impregnada de dor, dispôs-se a procurar e a descobrir na alma dos meninos infratores, a causa de tanto desamor e tanta agressividade. Se surpreendeu com o que descobriu e cobriu de amor a falta de amor. Transformou sua dor em trabalhos de um lirismo sem igual: violência contada na alvura de travesseiros infantis bordados em letras brancas; sonhos e anseios escritos em balões de gás que tocam um céu estrelado.

Sentiu que seu trabalho ainda não bastava: mensagem encerrada entre as paredes de um museu. Precisava gritar aos quatro ventos a necessidade de diminuir a violência; procurou os jornais, na esperança de encontrar pessoas, “estrelas cadentes”, para ajudá-la a minimizar a dor desses meninos e transformá-los em gente.

Celinha

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